Por Victor Sousa
Como jornalista, sempre acreditei e defendi a democratização dos meios de comunicação, cultura e tecnologia. Por outro lado, defendo que a produção de conteúdo de qualidade é essencial para uma comunicação humana e democrática.
Além disso, a fotografia e o vídeo estão entre as minhas principais ferramentas de trabalho e expressão.
Em 2011, depois de muito esforço, comprei um Macbook Pro em uma promoção de Internet e crackeava os softwares consagrados pelo mercado para editar imagens.
Na minha cabeça, não existia outra opção para trabalhar com audiovisual.
Em março de 2017, participei do curso Círculos – Introdução ao Software Livre, ministrado por Paulo Kretcheu e oferecido pelo Instituto Procomum. Na ocasião, concluí algo que já sabia ou desconfiava saber: usar softwares proprietários não condiz com meu ideal de mundo e tecnologia.
A hora da instalação
No término do curso, realizamos um festival de instalação de GNU/Linux e coloquei o meu computador na fila. Entendi que poderia ser uma boa desculpa para usar somente GNU/Linux por um tempo. Detalhe: estava com uma rotina super apertada de matérias, vídeos e fotos para entregar.
Potencial e comunidade
No primeiro dia de uso consegui instalar a maioria dos softwares e voltar a minha rotina de trabalho. Compreendo que não devemos usar os software-livres somente pela usabilidade ou gratuidade, mas foi o potencial dos programas que me entusiasmou.
Acredito que a principal diferença não foi apenas utilizar novos softwares e sistema operacional, mas sim a relação com o computador e com os programas. Antes, sentia um pouco de preguiça de estudar e gastar dinheiro em cursos de softwares proprietários. Afinal, os cursos são caros e eles sempre passam por mudanças, ficam desatualizados e obsoletos.
Com os softwares livres, o sentimento é contrário, me sinto parte de uma comunidade. Os softwares estão sempre em desenvolvimento e o usuário é parte importante desse processo. Além disso, você é livre para alterar ferramentas e plugins dos programas de acordo seu gosto pessoal.
Para aqueles que desejam experimentar novos programas e sistemas operacionais, recomendo uma mudança tranquila: Basta participar o disco rígido do computador e utilizar dois sistemas ao mesmo tempo para evitar problemas.
Mas vamos ao motivo que fez você clicar aqui. Segue a lista dos softwares que tenho utilizado nos últimos meses:
1- Darktable
Site oficial e download.
O Darktable já é o meu software preferido de edição de fotos. Ele é um editor de imagens em série e tem conceito não destrutivo, ou seja, cria uma “cópia” da imagem original que pode ser revertida ou desfeita quando você quiser.
O software trabalha com fotos em RAW e todos os outros formatos mais comuns. Também é possível exportar as fotos diretamente para suas bibliotecas online, como o Flickr.
Ele é separado em duas interfaces principais. A “Lightable”, onde é possível visualizar os dados e informações dos arquivos, e “Darkroom”, onde a magia acontece.
O software tem uma versão em português e ele roda em Linux e Mac OSx
Recomendado para pessoas com experiencia em edição de fotografia.
2 – GIMP
Site oficial e download
É impossível não falar do GIMP. Ele é o mais tradicional e conhecido entre os softwares livres. Possuí inúmeras ferramentas e plugins para manipulação e criação de imagens.
Destinado para fotógrafos, designers gráficos, ilustradores e cientistas.
Ele é poderoso e versátil, suas possibilidades são infinitas.
3-Kdenlive
Site oficial e download
Editar vídeos com software livre era meu maior medo. Mas o Kdenlive me surpreendeu positivamente. Ele é um software robusto que suporta e exporta os principais formatos. Eu utilizo uma Canon T3i para as filmagens e consegui editá-las e exportá-las em alta qualidade.
Ele reconhece e exporta corretamente os formatos das principais camêras (Full HD e 4k, inclusive) nos diferentes tipos de gravação e frames por segundo.
No meu uso pessoal, impressionou o sistema de backup do programa. Se você cometer erros ou alterações incorretas no projeto ele oferece uma série de backups perfeitos para você não perder o projeto.
4- Audacity
Site oficial e download
O Audacity é um software para edição de áudio que pode ser utilizado para importaćão e exportaćão de arquivos de audio, gravacao e reprodução e sons, edição (cortar, copiar, colar e apagar), mixagem, efeitos, remoção de ruídos entre outras ferramentas.
O software é super leve e muito fácil de usar.
5- Mixxx
Site oficial e download
Esse é um software para discotecagem que é leve e potente. Ele tem bons sistemas de biblioteca e listas de reprodução e é compatível com a maioria das controladoras, inclusive de vinil.
Discotequei em duas festas com ele sem problemas e a instalação da controladora foi muito fácil e intuitiva.
Bônus: Esses são softwares que não utilizo, mas que foram recomendados por amigos da área.
6- Blender
Site oficial e download
O Blender é um software para modelagem, animação, texturização, composição, renderização, edição de vídeo e criação de aplicações 3D, como jogos e simuladores.
7- Inkscape
Download e site oficial
O Inkscape é um software livre para editoração eletronica de imagens e documentos vetoriais. Ele utiliza nativamente o formato SVG, mas exporta e importa os principais formatos da internet, PNG, TIFF, GIF, JPG, AI, PDF,SP entre outros.
8- Krita
Site oficial e download
O Krita é uma ferramenta para criação de ilustração concept art e histórias em quadrinhos que também pode ser utilizado para edição de fotografia e conversor de formatos.
Difícil encontrar pessoas com a boa vontade que você teve com essa matéria!
Parabéns!